Da DW – 11/08/2013
O encarregado de direitos humanos
do Partido Liberal Democrático (FDP) da Alemanha, Markus Löning, classificou
como "insustentável" a situação de lésbicas e gays russos. Em
entrevista publicada pelo jornal Welt am Sonntag neste domingo (11/08), ele
pediu aos estados alemães que atendam "de forma descomplicada aos
homossexuais da Rússia que procurem asilo em nosso país".
Outros políticos alemães de peso
deram declarações semelhantes ao jornal, entre eles o chefe da bancada
parlamentar do partido A Esquerda, Gregor Gysi, a deputada verde Marieluise
Beck e a ministra da Justiça, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger.
A ministra liberal-democrata
disse que, com a "exclusão dos homossexuais", a Rússia "está
dando mais um grande passo na direção de uma perfeita ditadura", enquanto
Beck informou sobre as possibilidades legais de um asilo para homossexuais.
"Já existem hoje, na lei
alemã, os critérios de perseguição por questões de gênero e não estatal",
explicou a deputada. Portanto "há uma base legal para conceder proteção na
Alemanha aos homossexuais perseguidos na Rússia, após o exame individual do
caso", afirmou a parlamentar.
Jogos de Inverno na berlinda
Em junho, o governo de Vladimir
Putin aprovou uma lei que prevê punição para quem se manifestar de forma
positiva sobre a homossexualidade na presença de menores ou nos meios de
comunicação. Estrangeiros que infringirem a lei estão sujeitos a multas
equivalentes a 2,3 mil euros, assim como a penas de prisão de até 15 dias ou
mesmo à deportação.
A proibição de "propaganda
gay" na Rússia desencadeou repúdio não só na Alemanha, como também no
resto da Europa e nos Estados Unidos. Alguns políticos conclamam ao boicote das
Olimpíadas de Inverno de 2014, a se realizarem na cidade russa de Sóchi.
O parlamentar democrata-cristão
alemão Jens Spahn declarou ao Welt am Sonntag que "é grotesco que o mundo
seja recebido em um país onde, por lei, se faz uma campanha de agitação contra
gays e lésbicas".
Volker Beck, da Aliança 90/Os
Verdes disse considerar cogitável uma transferência da sede dos Jogos
Olímpicos. O deputado alemão de 52 anos é ativista de longa data dos direitos
dos homossexuais. Em 2007, foi agredido fisicamente e preso em Moscou por
protestar em favor dos gays no país.
Reino Unido e EUA recuam
Apesar de manifestar indignação
pela legislação discriminatória do Kremlin, os governos dos EUA e do Reino
Unido se declararam contra o boicote ao torneio esportivo no ano que vem.
"Seremos capazes de combater melhor os preconceitos se participarmos, em
vez de boicotarmos os Jogos de Inverno", declarou o primeiro-ministro
britânico, David Cameron.
No início da última semana,
referindo-se à Rússia, o presidente americano, Barack Obama, chegara a declarar
que não tem "paciência" com países que promulgam leis anti-gays. No
entanto, numa coletiva de imprensa na sexta-feira, em Washington, ressalvou que
um boicote a Sóchi seria um "gesto inapropriado".
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