Do Exame.com – 07/08/2013
Tóquio - O governo do Japão
informou na quarta, dia 07 de agosto, que a acidentada usina nuclear de
Fukushima, epicentro da crise atômica no país, lança aproximadamente 300
toneladas de água radioativa por dia no mar.
Essa informação vem à tona depois
que a operadora da usina, a Tokyo Electric Power (TEPCO), mostrasse sua
preocupação pelo acumulo de água altamente contaminada nos porões dos reatores,
um fato que se agrava a cada dia devido às complicações no setor.
No entanto, o Executivo advertiu
que a maior parte da água contaminada lançada ao mar se limita às regiões
próximas da central, cujo porto se encontra isolado do mar aberto por diversos
diques de contenção da usina.
Momentos antes do anúncio, o
primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, tinha pedido ao ministro da Indústria,
Toshimitsu Motegi, elaborar um plano para dar assistência à operadora de
Fukushima nos trabalhos de redução do vazamento de água contaminada.
Neste sentido, em breve, o
governo realizará uma solicitação de fundos do orçamento do próximo ano fiscal
para ajudar a financiar um projeto que consiste no congelamento da terra ao
redor do recinto para bloquear a fuga de água, informou a agência local
"Kyodo".
Em linha com as informações
publicadas pelo governo japonês, a TEPCO, no último dia 23 de julho, já havia
admitido ter detectado pela primeira vez o vazamento de água radioativa dos
porões da central ao mar, embora tenha ressaltado que a quantidade era pouca e
se limitava à zona do porto em frente à central.
Neste sentido, a maior
preocupação da TEPCO na atualidade é o acumulo de água contaminada no subsolo
dos edifícios dos reatores, inacessíveis em sua maioria devido à alta radiação.
Diante dessa situação, o operador
de Fukushima construiu umas barreiras subterrâneas nos porões e, a partir do
início desta semana, começou a bombear e armazenar essa água nos mais de mil
tanques contêineres levados ao complexo.
No entanto, estes contêineres já
se encontram próximo ao limite de suas capacidades e, por isso, o procedimento
de criar muros protetores mediante a um processo de congelamento do solo
aparece como a medida mais efetiva neste momento, segundo os especialistas.
Após o acidente nuclear de
Fukushima em 2011, o pior desde Chernobyl em 1986, cerca de 3,5 mil
trabalhadores lutam diariamente na central japonesa para dar pôr fim a crise
atômica, um trabalho que deverá se prolongar pelos próximos 30 ou 40 anos. EFE
Nenhum comentário:
Postar um comentário