Da Folha – 05/08/2013
Mensagens eletrônicas
interceptadas nas quais o líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahri, repassava ao
chefe da rede terrorista no Iêmen a ordem de levar a cabo ataques terroristas
foi o que levou o governo dos EUA a fechar representações diplomáticas no
Oriente Médio e na África.
A informação é do jornal
"The New York Times", que disse ter mantido em sigilo a identidade
dos interlocutores da Al Qaeda desde sábado a pedido de um alto integrante da
cúpula de inteligência do governo Barack Obama. Como jornais do grupo americano
McClatchy publicaram o dado, o veto foi abolido.
Ayman al-Zawahri é considerado o substituto
de Osama bin Laden, morto em 2011. Na mensagem interceptada, ele conversava com
Nasser al-Wuhayshi, que comanda da Al Qaeda no Iêmen, considerado o mais
sangrento braço operativo da rede.
De acordo com o "New York
Times", o rastreamento de mensagem tão inusual entre dois cabeças do grupo
terrorista levou Washington a imediatamente a compartilhar a informação com
integrantes do Congresso.
As mensagens monitoradas falavam
que ataques deveriam ocorrer a partir de ontem, mas não davam pistas sobre locais,
daí a decisão do governo Obama e de outros aliados ocidentais de fechar
representações diplomáticas em várias regiões.
Na segunda-feira, dia 5, o
Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido informou que a embaixada
britânica no Iêmen permanecerá fechada nesta semana, por razões de segurança,
até o final da festa de Eid ul-Fitr, que na quinta-feira marca o fim do mês
sagrado do Ramadã.
Mais cedo, os EUA já haviam
prologando até sábado, dia 10 de agosto, o fechamento de 19 embaixadas e
consulados no Oriente Médio e na África. Alemanha e França também fecharam suas
representações diplomáticas em Sanaa, a capital do Iêmen.
O Departamento de Estado negou
que o fechamento das embaixadas esteja vinculada a "uma nova ameaça".
Não há informação da origem da
interceptação, que ocorre num momento em que os programas de espionagem global
dos EUA, com amplo acesso a mensagens via internet, estão sendo criticados até
por países aliados.
Vigilância
"A ameaça é real e temos de
estar vigilantes", repetiu ontem Jay Carney, porta-voz do presidente
Barack Obama.
Segundo o jornal americano,
agentes de inteligência acreditam que as bombas que seriam usadas em ataques
estão sendo feitas por Ibrahim al-Asiri, um dos líderes do grupo no Iêmen e
alvo dos ataques americanos usando aviões não tripulados, os chamados drones.
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