Da AFP – 14/07/2013
Um senador do partido da Liga do
Norte comparou Cecile Kyenge, primeira ministra negra da história da Itália, a
um orangotango, o que provocou a reação do chefe de Governo, Enrico Letta.
No sábado, dia 13, durante uma reunião de
seu partido em Treviglio (norte), o senador Roberto Calderoli, conhecido por
suas declarações polêmicas, declarou que a ministra de origem congolesa, Cecile
Kyenge, "faz bem de ser ministra, mas deveria o ser em seu país (...) Eu
me consolo quando navego na internet e vejo as fotos do governo. Adoro animais
(... ), mas quando vejo imagens de Kyenge, não posso deixar de pensar em suas
semelhanças com um orangotango, mesmo que eu não diga que ela seja um
deles".
Essas declarações imediatamente
repercutiram nas redes sociais, provocando uma onda de indignação.
No domingo, dia 14, em um comunicado
oficial, Enrico Letta reagiu pessoalmente: "as palavras que apareceram
hoje na imprensa e atribuídas ao senador Calderoli sobre Cecile Kyenge são
inaceitáveis e ultrapassam qualquer limite".
Em um comunicado, ele também
expressou "sua plena solidariedade e apoio à Cecile". O presidente do Senado, Pietro
Grasso, exigiu desculpas formais de Calderoli. Cecile declarou neste domingo à
agência de notícias Ansa que "não toma pessoalmente as palavras de
Calderoli, mas elas me entristecem por causa da imagem que dão à Itália".
"Eu acredito que todas as forças políticas devem considerar o uso que fazem
da comunicação".
Em 2006, Calderoli precisou
renunciar sob o governo Berlusconi após se exibir com um camiseta anti-islã
sobre Maomé.
Desde sua nomeação, Kyenge
precisou enfrentar várias manifestações hostis por parte da Liga do Norte, um
partido aliado ao Povo da Liberdade de Silvio Berlusconi.
Desde sua posse, no final de
abril, a ministra foi alvo de agressões verbais e até ameças de morte postadas
em sites racistas e em sua página oficial no Facebook.
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