sábado, 9 de março de 2013

Objetividade e subjetividade na seleção e classificação de notícias - Diretório Acadêmico

‎"Como é feita a seleção e a classificação das notícias nos veículos de comunicação? Algumas teorias do jornalismo nos auxiliam a refletir sobre esta questão. A teoria da ação pessoal ou do gatekeeper, criada nos anos 1950 por David Manning White, é uma delas. (...) Nesta teoria, o processo de produção da informação é concebido como uma série de escolhas onde o fluxo de notícias tem de passar por diversos gates, isto é, "portões" que não são mais do que áreas de decisão em relação às quais o jornalista, isto é, o gatekeeper, tem de decidir se vai escolher essa notícia ou não.
Publicado em 1950, o já clássico estudo de White se baseou em uma pesquisa sobre a atividade de um jornalista de meia-idade em um jornal médio norte-americano, Mr. Gates, que anotou durante uma semana os motivos que o levaram a rejeitar as notícias que não usou. A conclusão de White é que o processo de seleção é subjetivo e arbitrário; as decisões do jornalista eram altamente subjetivas e dependentes de juízos de valor baseados no "conjunto de experiências, atitudes e expectativas do gatekeeper". Assim, em uma teoria que Michael Schudson (1989) designa de "ação pessoal", as notícias são explicadas como um produto das pessoas e das suas intenções. (...)

A discussão sobre seleção de notícias e valores-notícia está inserida na teoria do newsmaking, que trata da sociologia dos emissores e o processo de produção da notícia e também faz uma análise do papel do jornalista ao selecionar as informações que vão virar notícia e, conseqüentemente, chegar até o receptor. É uma teoria de inspiração funcionalista.

A abordagem do newsmaking procura identificar o processo que reduz uma superabundância de acontecimentos em classificações elaboradas propositadamente para que se tornem notícias. Mauro Wolf, no livro Teorias da Comunicação (1999), diz que esta classificação deve cumprir três objetivos: tornar possível o reconhecimento de um fato desconhecido como acontecimento notável; relatar os acontecimentos sem ter a pretensão de dar um tratamento erudito; e organizar, no tempo e no espaço, os acontecimentos noticiáveis, para que possam ser trabalhados de forma planificada."

Texto completo em: http://www.observatori
odaimprensa.com.br/news/view/objetividade-e-subjetividade-na-selecao-e-classificacao

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