Do Exame – 21/02/2013
Os livros de história contam que
a escravidão nos Estados Unidos foi abolida em 1865. 147 anos depois, o estado
do Mississipi o fez. A "culpa" foi do cineasta Steven Spielberg, que
com seu filme Lincoln despertou a
curiosidade de alguns cidadãos do estado.
Foi o caso, por exemplo, do
doutor em neurobiologia Ranjan Batra, professor da Universidade de Medicina do
Mississipi, que após ver o filme se perguntou pela história da abolição da
escravidão. “Após sair do cinema, comecei a investigar um pouco pela internet
qual era a situação do Mississipi naquele momento”, relembra Batra à agência
EFE.
Embora o Congresso americano
tenha aprovado a lei (a 13º emenda), cada um dos 36 estados que formavam o país
naquela época tinha que fazê-lo individualmente, e se até dois terços deles não
aceitassem a abolição, ela não entraria vigor.
Em 1865, o Mississipi se negou a
assinar o texto, e em 1995 tanto o Senado como sua Câmara dos Representantes
locais tinham enfim aprovado aceitá-lo. No entanto, ainda faltava um último
passo. “Era necessário que o secretário estadual enviasse a lei aos Arquivos
Federais para confirmar sua aceitação da 13ª emenda e esse procedimento nunca
chegou a ser feito”, explicou o neurobiólogo.
Com auxílio de outro professor,
Batra entrou então em contato com o atual Secretário estadual do Mississipi,
Delbert Hosemann, que após a advertência de ambos apresentou a documentação
para a aprovação da lei, no dia 30 de janeiro de 2013. "Certamente se
trata de algo simbólico, mas era necessário tirar esse asterisco do nome do
Mississipi e fazer com que a rejeição de todos os estados à escravidão fosse
registrada", afirmou o professor.
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