O vice-primeiro-ministro da Turquia,
Bulent Arinç, disse na terça-feira, dia 04, que os protestos contra a demolição
de um parque em Istambul são "legítimos e justos", mas condenou o uso
da violência.
Em entrevista coletiva concedida
em Ancara após uma reunião com o presidente turco, Abdullah Gul, o número dois
do governo islamita moderado reconheceu que "a violência exagerada da
polícia no começo dos incidentes no parque provocou uma reação".
"Estamos abertos a todas as
reações mas não deve haver violência. A reação do povo no parque foi legítima e
justa, mas esta reação legítima foi utilizada com abuso por grupos marginais
ilegais", afirmou o vice-primeiro-ministro turco.
Os violentos protestos que vem
ocorrendo na Turquia desde sexta-feira, dia 31 de maio, já deixaram duas
pessoas mortas. Além disso, centenas ficaram feridas e foram detidas
temporariamente durante os enfrentamentos com as forças da ordem.
A violência começou quando a
polícia tentou retirar à força milhares de manifestantes do parque Gezi, em
Istambul, onde as autoridades planejam construir um centro comercial.
"Peço desculpas para aqueles
(manifestantes) com sensibilidade ambiental pela violência policial usada no
começo. Mas não temos desculpas para os violentos", disse Arinç.
Por outro lado, o
vice-primeiro-ministro, que atua também como porta-voz do governo, acusou a
imprensa estrangeira de comparar "intencionalmente" o sucedido com a
Primavera Árabe.
"Por que não o comparam com a
ocupação de Wall Street? Como se comportou a polícia ali? Estas coisas se
passaram na Espanha, Grécia, Reino Unido e Itália, onde a polícia atuou de
forma similar", criticou Arinç.
O vice-primeiro-ministro
argumentou que a reações da imprensa estrangeira se devem ao mal-estar que
sentem com o governo do Partido de Desenvolvimento e Justiça (AKP).
"Os países estrangeiros
fazem isso para debilitar o poder da Turquia e seu êxito econômico",
assegurou, seguindo a mesma tese defendida ontem pelo primeiro-ministro, Recep
Tayyip Erdogan.
Arinç disse que muitos
manifestantes "recebem ordens" através de plataformas como o Twitter
nos Estados Unidos.
"Eles são responsáveis
disto. Através das redes sociais da internet se expandem mentiras, como a de
que a polícia está usando gás laranja ou gás sarin", concluiu Arinç.
O quinto dia dos protestos
começou em calma, com uma greve de 48 horas do principal sindicato de
funcionários públicos, que por enquanto não está afetando o dia a dia da
população.
No entanto, estão programadas
novas manifestações contra o governo para esta tarde nas principais cidades do
país.
Para
saber mais:
Governo
recua após dois dias de violentos protestos na Turquia
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2013/06/01/interna_mundo,369138/governo-recua-apos-dois-dias-de-violentos-protestos-na-turquia.shtml
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