terça-feira, 4 de junho de 2013

Comissão da Verdade, peritos e familiares definem exumação de Jango

Do Terra - 29/05/2013

A primeira reunião técnica que definirá os detalhes da exumação do presidente brasileiros deposto pelo regime militar, João Goulart, aconteceu na quarta-feira, dia 29, em Porto Alegre. Participaram do encontro na sede da Procuradoria Regional da República familiares de Jango, integrantes da Comissão Nacional da Verdade e peritos da Cruz Vermelha.
Jango teria morrido vítima de um ataque cardíaco no dia 6 de dezembro de 1976, durante exílio na Argentina. As informações foram publicadas no jornal O Globo. A investigação da morte do ex-presidente foi aberta depois de um pedido encaminhado à Procuradoria Geral da República (PGR) em 2007 pelo Instituto João Goulart, cujo diretor é o filho de Jango, João Vicente Goulart. Ele e sua família, após depoimento de um ex-agente secreto uruguaio preso no Rio Grande do Sul, suspeitam que Jango possa ter sido envenenado pelos militares da chamada Operação Condor - ação coordenada entre os regimes militares de países sul-americanos contra seus opositores. O objetivo seria de matar o ex-presidente em seu exílio para que não retornasse ao Brasil e se tornasse uma força de oposição ao regime.
Ainda está em discussão a forma como a exumação será feita. Desde 2007, um inquérito civil público tramita na Procuradoria da República pedindo investigação sobre as causas da morte de João Goulart. Há suspeita que Jango tenha sido assassinado mediante a adição de uma cápsula com três tipos de veneno no frasco de medicamentos que ele tomava diariamente para combater problemas cardíacos.
Uma das exigências da família foi a criação de uma comissão de peritos internacionais que possam dar mais credibilidade aos resultados da análise dos restos mortais de Jango. Temendo alguma violação do túmulo, a prefeitura da cidade chegou a solicitar que o Exército fizesse a segurança do local.

 Operação Condor
A família de João Goulart acredita que o ex-presidente tenha sido uma das vítimas da Operação Condor. João Vicente Goulart declarou que acredita que seu pai tenha sido envenenado por agentes a mando das forças repressoras das ditaduras brasileira e argentina. Vicente citou depoimentos feitos por Mário Neira Barreiro, ex-agente do serviço de inteligência uruguaio, que está preso no Brasil, onde Neira confessou que participou da trama para o assassinato de Jango.
A confissão de Neira seria apenas mais uma prova da existência da Operação Condor, uma aliança político-militar entre os vários regimes ditatoriais da América do Sul, envolvendo Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile, criada com o objetivo de coordenar a repressão às dissidências políticas nesses países nas décadas de 1960, 70 e 80.

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