Baderneiros. Este termo é recorrentemente
usado para denominar as pessoas que fazem bagunça, arruaça, aqueles que fogem à
‘norma’ ou trazem a desordem.
Porém, não foi sempre assim. O
termo “baderna”, incorporado à variante brasileira da Língua Portuguesa como
sinônimo de bagunça, surgiu do sobrenome da bailarina italiana Marietta Baderna
(1828 – 1870). A dançarina, de espírito rebelde e contestador, chegou ao Brasil
no período imperial de D. Pedro II e reuniu rapidamente uma legião de fãs. Logo
começou a ser perseguida pelos moralistas e conservadores (grande parte da
população na época), tendo em vista sua liberdade sexual, além de suas opiniões
abolicionistas e antimonarquistas. Em suas apresentações, misturava a cultura
clássica com a africana/negra, tido como inconcebível para então a mentalidade
do século XIX.
Marietta começou a ficar em
segundo plano, rechaçada pelo público, o que fez sua grande legião de fãs, já
conhecidos como baderneiros, saírem às ruas e clamarem nos espetáculos pela
presença da artista. Dela ficou como legado o pensamento avant-garde e a
ousadia de afrontar as ditas regras sociais e bons costumes, além da palavra “baderna”,
registrada como sinônimo de bagunça, confusão, desordem pública.
Para conhecer mais sobre Marietta Baderna:
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