Da Agência Brasil – 22/04/2013
Os brasileiros formam a mais
numerosa comunidade de estrangeiros em Portugal, de acordo o Censo Populacional
2011. De cada quatro estrangeiros residentes no país, um era brasileiro – um
total de 109.787. Dados divulgados na sexta-feira, dia 19, pelo Instituto
Nacional de Estatística (INE), órgão equivalente ao Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a população brasileira residente em
Portugal cresceu mais de 240% na década passada.
No dia 22, 513 anos após a
chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, Portugal celebra a data com o Dia da
Comunidade Luso-Brasileira. Segundo estatísticas oficiais, há mais brasileiras
(58%) do que brasileiros morando em Portugal e a maioria é solteira (54,2%).
Entre os casados, pouco mais de um terço das uniões formais ou consensuais era
com cidadãos portugueses (36%).
Os brasileiros vivem
majoritariamente na região metropolitana de Lisboa (57%) e formam uma das mais
jovens comunidades estrangeiras em Portugal. De acordo com o Censo Populacional
2011, a idade média dos brasileiros chegava a 31 anos enquanto o conjunto da
população estrangeira era de mais de 34 anos. O perfil demográfico jovem dos
brasileiros contrasta com o perfil etário dos portugueses. Cerca de 20% da
população lusitana tinha mais 65 anos em 2011, enquanto apenas 1% dos
brasileiros estavam nessa faixa etária.
A idade avançada da população de
Portugal é um problema para as contas do país. As pessoas mais idosas dependem
mais da seguridade social e dos serviços públicos de saúde, o que acarreta
despesas para o Estado, no momento em que a dívida pública chega a 126% do
Produto Interno Bruto (PIB) e com as dificuldades do governo para baixar o
déficit anual no orçamento público.
Ainda não há estatística oficial
sobre o movimento migratório de brasileiros depois da crise econômica em
Portugal, mas, segundo dados do Banco Central português, caiu em 35% o volume
de euros enviados pelos imigrantes para o Brasil entre 2006 e o ano passado.
O dado não é conclusivo, mas pode
indicar que parte dos brasileiros recenseados em 2011 já voltaram para o país
de origem ou também sofrem com a diminuição dos salários ou com o desemprego
que se aproxima da marca de 1 milhão de pessoas.
Segundo o INE, “as profissões
mais representadas na comunidade brasileira eram trabalhador da limpeza em
casas particulares, hotéis e similares (15,9%) e vendedor em lojas, com 10%. As
profissões de cozinheiro, trabalhador qualificado da construção,
cabeleireiro/esteticista e empregados de mesa e bar, com valores entre os 6,2%
e 4,9%, integravam também o grupo das dez profissões mais representadas entre a
população brasileira residente em Portugal”.
Cerca de 9,4% dos brasileiros
residentes em Portugal em 2011 tinham curso superior – número menor que o dos
portugueses com a mesma escolaridade, 16,6%. Os portugueses, no entanto, tem
proporcionalmente mais pessoas com formação escolar inferior ao ensino
fundamental (“3º ciclo” como chamam os portugueses) do que o verificado entre
os imigrantes brasileiros – 40,6% e 26,2%, respectivamente. O percentual de
brasileiros com nível médio (41,1%) é o dobro do assinalado para os portugueses
(19,9%).
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