quarta-feira, 24 de abril de 2013

Assembleia Geral da ONU aprova tratado histórico sobre comércio global de armas


Da ONU Brasil - 02/04/2013

A Assembleia Geral da ONU aprovou na terça-feira, dia 2 de abril, um tratado sobre o comércio global de armas convencionais, vinculando pela primeira vez essas vendas a registros de direitos humanos dos compradores. A resolução, contendo o texto do tratado que regula o comércio internacional de armas convencionais, recebeu 154 votos a favor. Três Estados-Membros – Coreia do Norte, Irã e Síria – votaram contra a resolução, enquanto 23 países se abstiveram.
O tratado regula todas as armas convencionais dentro das seguintes categorias: tanques de combate, veículos blindados de combate, sistemas de artilharia de grande calibre, aviões de combate, helicópteros de ataque, navios de guerra, mísseis e lançadores de mísseis, além de armas pequenas e leves.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento (UNODA, na sigla em inglês), não estará no âmbito do tratado nenhuma das seguintes ações: interferir no comércio doméstico de armas ou no direito de portar armas nos Estados-Membros; proibir a exportação de qualquer tipo de arma; infringir o legítimo direito dos Estados para autodefesa ou minar padrões nacionais de regulação de armamentos já em vigor.
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, classificou a adoção inicial do Tratado como um “feito diplomático histórico”, obtido após “muitos anos de esforço”.
“Esta é uma vitória para os povos do mundo. O Acordo tornará mais difícil que armas mortais sejam desviadas para o mercado ilícito, bem como para os senhores da guerra, piratas, terroristas, criminosos e outros grupos relacionados”, declarou Ban.
O acordo não tinha conseguido o apoio unânime durante a Conferência Final das Nações Unidas sobre o Tratado de Comércio de Armas (ATT, na sigla em inglês), em sessão no dia 27 de março. Na mesma noite, um Estado-Membro apresentou um projeto de resolução sobre o tratado para a Assembleia Geral, segundo o Gabinete do Presidente da Assembleia.

Direitos humanos e transparência
Ao contrário da Conferência, onde todos os 193 Estados-Membros teriam de concordar com o texto final, na Assembleia é necessária apenas a maioria simples, ou 97 votos, para a aprovação. O tratado entrará em vigor 90 dias após ratificado pelo signatário n° 50.
Uma vez ratificado, o tratado exigiria que os Estados exportadores de armas convencionais desenvolvam critérios que vinculem as exportações à prevenção de abusos de direitos humanos, do terrorismo e do crime organizado.
Proibiria ainda os embarques se estes forem considerados prejudiciais para as mulheres e crianças. Países que aderirem ao tratado teriam de informar publicamente sobre as vendas anualmente, aumentando substancialmente a transparência do setor e ampliando a participação pública nas decisões.

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