Da EBC – 02/04/2013
Educação de qualidade, governo
honesto e atuante, melhoria nos serviços de saúde e proteção às florestas, rios
e oceanos. Essas são as principais necessidades dos jovens brasileiros, segundo
o resultado parcial da votação My World 2015, aberta há um mês pela Organização
das Nações Unidas.
A votação ocorre pelo site
http://www.myworld2015.org e, em alguns países, em pesquisas em papel e também
por meio de mensagem de texto do telefone celular. Qualquer pessoa pode
participar. São colocados 16 itens: a pessoa deve escolher os seis que
considera mais importantes.
A diretora da Campanha do Milênio
das Nações Unidas, Corinne Woods, visitou no dia 2 de abril o morro do Borel, na
Tijuca, onde se encontrou com jovens comunicadores do programa Plataforma do
Futuro, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), para divulgar a
iniciativa e conversar sobre o que eles querem para o futuro. Participaram
jovens de várias regiões da cidade e lideranças comunitárias.
Corinne explica que os oito
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), lançados no ano 2000, foram
“escritos por pessoas em uma sala e apresentados ao mundo”. Agora, o
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que todos fossem ouvidos para dizer
o que querem para o futuro.
“Todos os países do mundo,
qualquer país do mundo tem cidadãos com coisas importantes a dizer. Queremos
ouvir todos os cidadãos, em particular os jovens e os jovens que vivem em
locais de pobreza. Criamos esse questionário muito simples com as perguntas
para as pessoas discutirem sobre o que as preocupa”.
O coordenador do Programa
Cidadania dos Adolescentes do Unicef-Brasília, Mário Volpi, explica que o
objetivo da iniciativa é descobrir as prioridades que fazem sentido para as
pessoas.
“Às vezes, os governos tem suas
análises, seus recursos, acham que as obras vão resolver tudo, ou só a educação
resolve tudo. E com essa discussão, vamos perceber o que falta para as
comunidades, para as pessoas que têm mais necessidade, para quem tem menos voz
na sociedade, e, dessa forma, ampliar esse repertório de propostas e de
soluções para um mundo melhor”.
Para o estudante Gustavo Henrique
Soares Dantas, de 19 anos, morador de Guaratiba, na zona oeste do Rio, a
iniciativa de ouvir os jovens é importante. “Acho super importante ter a voz
dos jovens daqui, das comunidades do Rio de Janeiro, ouvidas. É um peso enorme
que a gente traz para uma pesquisa como essa. Vamos ver no que vai dar”.
A estudante Bianca Caroline de
Oliveira Tavares, de 15 anos, moradora de Bangu, diz que os jovens devem
participar para mostrar o que querem. “É importante tentar melhorar. Porque se
nós, adolescentes, jovens, não tentarmos ajudar a cidade e buscar levar a nossa
cabeça, nossas ideias, os outros não vão mover nem ajudar a gente. Então eu
acho que é legal se inteirar, se incluir, para depois, lá na frente, poderem
entender a gente melhor”.
Entre adultos e jovens, uma
prioridade aparece absoluta: a educação. Para a agente comunitária de saúde
Renata Jardim, moradora do Boral, na Tijuca, zona norte, a educação é a base
para se conseguir todas as outras conquistas. “Quando se tem educação, quando
você tem acesso, porque a educação acaba te possibilitando acesso, e quando
você tem acesso as demais coisas se acrescentam, porque você reconhece
direitos, você reconhece deveres: então você acaba tendo consciência das demais
coisas dentro do processo. Educação para mim é o mais importante”.
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