domingo, 1 de setembro de 2013

Nordeste registra o terceiro apagão em menos de um ano

Do O Povo – 29/08/2013

O Nordeste sofreu o terceiro apagão de energia elétrica em menos de um ano. Todos os estados da região foram afetados pela pane. Além do trânsito descontrolado nas capitais e da falta de informações, o serviço de telefonia foi prejudicado. Às 14h58min do dia 28 de agosto, quarta-feira, segundo informações do Operador Nacional do Sistema (ONS), ocorreu o primeiro desligamento. Minutos depois, a transmissão foi novamente cortada.
Há exatos 341 dias, um problema na subestação de Imperatriz (MA) deixou 11 estados das regiões Norte e Nordeste, mas não o Ceará, sem fornecimento de energia elétrica. Já em outubro do ano passado, 35 dias depois, outra queda de energia atingiu as regiões, com 12 estados afetados.
O ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que a falha no fornecimento ocorrida no dia 28 foi provocada por uma queimada numa fazenda de Canto do Buriti (PI). Nesse incidente, duas linhas de transmissão foram afetadas - uma da espanhola Isolux e outra da Taesa, controlada pela Cemig, empresa que atua em 22 estados brasileiros.
Conforme Lobão, o sistema foi restabelecido em seguida. Mas caiu, novamente, afetando uma linha que interliga o resto do País ao Nordeste. Apesar da dificuldade, o ministro garantiu que o sistema elétrico brasileiro “é forte e não existe fragilidade no sistema. Isso acontece no Brasil, nos EUA e em outros lugares”, disse, afirmando que a queda no fornecimento atingiu 10,9 mil megawatts.
No Ceará, o fornecimento foi totalmente restabelecido às 18h05min, segundo informou em nota a Companhia Energética do Ceará (Coelce). Fortaleza foi a segunda capital do Nordeste a ter a oferta de energia elétrica regularizada, por volta das 16 horas.

Queimadas
O consultor de energia da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Jurandir Picanço, afirma que as queimadas são conhecidas causas de defeito na transmissão. No entanto, alerta que o sistema é composto por proteções que eliminam somente a linha defeituosa, e não todo o sistema.
“A proteção deve ser capaz de eliminar somente o que está diretamente ligado ao defeito. Não é, praticamente, para ser sentido nenhum problema, porque esse sistema de transmissão é todo feito para operar com um equipamento a menos, sempre existe uma reserva”, analisa. Os sensores responsáveis pela proteção dos sistemas elétricos são chamados de relé. “Um sistema de proteção adequado elimina somente os equipamentos defeituosos e não derruba o sistema todo”, reitera o especialista.

ENTENDA A NOTÍCIA
Todos os estados do Nordeste foram atingidos por um apagão de energia elétrica na tarde de quarta-feira, dia 28. Segundo o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, o problema foi gerado por uma queimada, que ocorreu no Piauí.
Em sorveterias e frigoríficos, o apagão não causou prejuízos. Segundo funcionários dos locais, a falta de energia elétrica não descongelou os sorvetes, que aguentariam a falta de refrigeração por até 2h30min. Nos frigoríficos, câmaras refrigeradas garantiram a conservação dos produtos.
Os bombeiros foram solicitados pela Caixa Econômica do Shopping Benfica, por conta de um curto-circuito em uma lâmpada. O Corpo de Bombeiros registrou dois casos de pessoas que ficaram presas em elevadores de condomínios residenciais.
Nas agências bancárias, foram registrados apenas casos de problemas em ar-condicionados.
O apagão afetou exibição de sessões de cinema em Fortaleza. Nos cinemas Kinoplex, no North Shopping, pelo menos seis sessões deixaram de ser exibidas. Os clientes foram ressarcidos. No Shopping Benfica, funcionários dos cinemas também tiveram de devolver dinheiro aos espectadores.
Segundo o soldado Leônidas Bezerra, do supervisionamento do Comando da Capital, não foram registradas ocorrências relacionadas à falta de energia.
A falta de energia foi sentida nas escolas. Em algumas, a semana de provas minimizou o impacto do apagão na rotina dos estudantes em sala de aula. Na escola estadual Governador Adauto Bezerra, no Bairro de Fátima, os professores e os cerca de mil alunos do ensino médio foram liberados. No Juvenal de Carvalho, a saída encontrada foi abrir todas as portas e janelas, para suprir a inativação das luzes e dos aparelhos de ar-condicionado.
No aeroporto Pinto Martins, a escuridão durou “menos de um minuto”, segundo a assessoria de imprensa. O setor informou que logo os geradores começaram a funcionar e “não houve prejuízos na operacionalização”. No entanto, o jornalista Emmanuel Macêdo, que desembarcou no aeroporto no momento do blackout, afirmou que o apagão durou de 20 a 30 minutos.


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