Do Liberdade Econômica – 31/08/2013
Em outubro de 2012, Julie Keith, uma
mãe do Oregon (EUA), enregelou-se: num pacote para Halloween “made in China” que ela comprara na loja
Kmart havia uma carta escondida meticulosamente. Grafada num inglês trêmulo, a
mensagem falava de um cenário de horror. O autor estava preso num campo de
trabalho forçado no norte da China, trabalhando 15 horas diárias durante toda a
semana sob o látego de desapiedados guardas.
“Se você comprar este produto, por favor, mande esta carta para a Organização
Mundial de Direitos Humanos” – leu Julie. “Milhares de pessoas na China, que sofrem a perseguição do Partido
Comunista, ficar-lhe-ão gratas para sempre”.
Entrementes, o autor – Zhang, 47
– conseguiu sair da fábrica-prisão. Como muitos outros ex-detentos, ele
descreveu o universo carcerário socialista marcado por abusos estarrecedores,
espancamentos frequentes e privação de sono de prisioneiros acorrentados
semanas a fio em posições doloridas. A morte de colegas por suicídio ou doenças
fazia parte do pão quotidiano.
Corrobora-o Chen Shenchun, 55,
que passou dois anos num desses campos: “Às vezes os guardas puxavam-me pelos
cabelos, colavam na minha pele barras ligadas à eletricidade, até que o cheiro
de carne queimada enchia a sala”, disse.
A maioria dos escravos-operários
de Masanjia foi presa por causa de sua crença. Mas o regime os mistura com
prostitutas, drogados e ativistas políticos. As violências se concentram
naqueles que se recusam a renegar sua fé.
Nem os responsáveis do campo de
concentração, nem a Sears Holdings, dona da loja Kmart, quiseram atender
pedidos de entrevista. Julie repassou a carta para um órgão governamental
americano, mas a administração Obama adota uma atitude de subserviência diante
das práticas inumanas chinesas. Por exemplo, um funcionário disse que o
esclarecimento deste caso levaria muito tempo. O que equivale mais ou menos
dizer que ele nunca será esclarecido.
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