Do Pragmatismo Político – 11/05/2013
Dados fornecidos pelo ministério
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome mostram que 1,69 milhão de famílias
beneficiadas pelo Bolsa Família deixaram espontaneamente o programa, declarando
que sua renda já ultrapassava o limite de R$ 140 por pessoa. Estas famílias representam
12% de um total de 13,8 milhões de famílias atendidas. Os dados abrangem todo o
período de existência do Bolsa Família, entre outubro de 2003 e fevereiro de
2013.
Os dados do ministério vão de
encontro com a alegação dos críticos do Bolsa Família que o programa de
transferência de renda estimula os beneficiados a não procurar emprego e
melhores condições de vida.
De acordo com o secretário de
Renda e Cidadania, Luís Henrique Paiva, estas famílias declararam ultrapassar a
renda limite na atualização cadastral, realizada pelas prefeituras a cada dois
anos. Por sua vez, a fiscalização excluiu 483 mil beneficiários flagrados com
renda superior a permitida pelo programa.
Mãe de cinco filhos, a diarista
Selma Patrícia da Silva, de 42 anos, é uma das beneficiadas que deixaram
espontaneamente o Bolsa Família após melhorar sua condição de vida. Na época em
que fazia bicos como doméstica, e o marido com pedreiro, Selma era beneficiária
do Auxílio Gás, Bolsa Escola e Bolsa Família. Depois de construir a sua casa, a
diarista decidiu devolver o cartão que garantia o benefício.
“Pensei assim: da mesma forma que
serviu para os meus filhos, vai ajudar outras pessoas. Acho muita covardia a
pessoa não necessitar e ficar recebendo. Entreguei o cartão na mão da
primeira-dama (do município), que começou a chorar”, disse Selma em entrevista
ao jornal O Globo.
Hoje, Selma, de Formosa (GO),
trabalha como faxineira, fez cursos de artesanato e manicure nos últimos anos e
costura bonecas e adereços de pano, vendidos em feiras na vizinhança.
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